Amados por muitas pessoas e nem tanto por outras, os adoçantes carregam consigo a fama de grandes contribuintes a aliados quando o assunto é emagrecer ou diminuir o consumo de doces. Mas afinal, os adoçantes engordam ou emagrecem? Esse é um assunto que rende muito, mas muito pano pra manga. Então chega de enrolação e vamos começar.
Quais são os tipos de adoçantes?
Adoçantes naturais
Os adoçantes naturais são derivados de fontes naturais, como plantas ou extratos de frutas. Eles geralmente possuem um sabor doce semelhante ao açúcar, mas são absorvidos de forma diferente pelo organismo. Alguns exemplos desses adoçantes são:
- Stevia: Extraída da planta Stevia rebaudiana, é uma alternativa de baixa caloria ao açúcar, pois é muito mais doce. A stevia não tem calorias e não afeta o nível de açúcar no sangue.
- Xilitol: Encontrado naturalmente em algumas frutas e vegetais, o xilitol tem um sabor doce semelhante ao açúcar. Ele contém cerca de 2/3 das calorias do açúcar e tem um impacto menor nos níveis de açúcar no sangue.
- Eritritol: Também encontrado naturalmente em algumas frutas e fermentação de alimentos, o eritritol é um adoçante com zero calorias e tem um sabor semelhante ao açúcar. Ele é absorvido pelo corpo, mas não é metabolizado, o que significa que não afeta os níveis de açúcar no sangue.
Adoçantes artificiais
Os adoçantes artificiais são sintetizados em laboratório e não são derivados de fontes naturais. Eles geralmente têm um poder adoçante muito maior que o açúcar e são frequentemente utilizados como alternativas de baixa caloria. Alguns exemplos:
- Aspartame: É muito doce e é usado em muitos produtos de baixa caloria.
- Sacarina: É um adoçante não calórico que é muito mais doce que o açúcar.
- Sucralose: É derivada do açúcar, mas é processada de forma a não ser metabolizada pelo corpo. É cerca de 600 vezes mais doce que o açúcar e é frequentemente utilizada em alimentos e bebidas com baixo teor de açúcar.
Como os adoçantes são absorvidos pelo organismo humano?
A absorção do adoçante X ou Y dependerá diretamente de qual é o seu tipo – assunto que abordamos no tópico anterior. Na prática é assim que funciona:
- Açúcar (sacarose): O açúcar é digerido no trato gastrointestinal pelas enzimas presentes no intestino delgado. Ele é quebrado em glicose e frutose, que são absorvidos pelas células intestinais e entram na corrente sanguínea. A partir daí, a glicose e a frutose são utilizadas como fonte de energia pelo organismo.
- Stevia: Não é metabolizada pelo corpo. Ela passa pelo trato gastrointestinal sem ser absorvida. No entanto, alguns componentes da stevia podem ser parcialmente metabolizados pela microbiota intestinal, mas em geral não afetam os níveis de açúcar no sangue.
- Aspartame: O aspartame é digerido no trato gastrointestinal por algumas enzimas específicas. Esses componentes são absorvidos pelas células e entram na corrente sanguínea.
- Sucralose: A sucralose não é metabolizada pelo corpo e é excretada quase inalterada. Ela passa pelo trato gastrointestinal sem ser absorvida e não afeta os níveis de açúcar no sangue.
Mas afinal, os adoçantes engordam ou não?
Ao pingar algumas gotinhas do seu adoçante favorito naquele cafézinho no meio da tarde, seu paladar é ativado, dizendo ao cérebro que chegou energia. Além dele, o pâncreas também é alertado para que inicie a produção de insulina, responsável por “queimar” esse suposto carboidrato que chegou. Aí é que mora o perigo: não existe nenhum carboidrato. É aí que toda a insulina é liberada, circulando pelo sangue, fazendo com que mais energia seja reservada. Como o corpo armazena energia? Em forma de gordura.
Então sim, os adoçantes engordam sim, podendo inclusive aumentar a probabilidade de desenvolver diabetes, pressão alta, doenças cardíacas e obesidade. Além das inúmeras pesquisas sobre o assunto, também há o posicionamento da OMS. Liberada recentemente, em maio de 2023, a nova diretriz da Organização Mundial da Saúde aborda o uso de adoçantes sem açúcar (NSS, do inglês non-sugar sweeteners), também conhecidos como artificiais. De acordo com a OMS, esses produtos não devem ser utilizados como substitutos de açúcar visando o controle do peso corporal ou a redução de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como diabetes, doenças cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e câncer.
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